Vanderli Correia Prieto, Fernando José Barbin Laurindo, Marly Monteiro de Carvalho
A Universidade Alpha tradicional na área de educação, incluindo o ensino universitário, pós graduação lato e strictu sensu e unidades de educação básica. São 37.000 alunos e 1,4 mil professores. A sua atuação expressiva na cidade de São Paulo e possui unidades também em Campinas, Brasília e Recife. A Diviso de Sistemas e Métodos (DSM) o departamento responsável pelas atividades de informática e tecnologia da universidade, atendendo as áreas administrativa e acadêmica de todas as unidades.
A instituição destina cerca de 5% de seu faturamento ao setor de Tecnologia da Informação (TI). provedora de acesso internet desde 1998 e oferece contas de e-mail para alunos, professores e funcionários.
No planejamento estratégico do ano de 1997 foram definidas metas referentes adoção de novas tecnologias buscando agregar valor para toda a instituição e reforçar o posicionamento estratégico do negcio, em especial foram definidos investimentos em recursos de tecnologia de informação e comunicação (TICs) para as áreas acadêmica e administrativa.
Em decorrência deste planejamento, a instituição modernizou a infra-estrutura de TI, trocando seu mainframe por servidores Risc e iniciou a implementação de dois sistemas de gesto: um ERP administrativo (Microsiga) e um acadêmico (Cadsoft), que roda todo o processo do vestibular, interconexão das bibliotecas e as transações dos alunos. Atualmente a instituição trabalha na fase final de integração dos dois sistemas.
Desde 2001 est vigorando o PDI - Plano Diretor de Informática relativo ao período 2001-2006. A missão do PDI atender ao planejamento estratégico global da instituição, incluindo requisitos de avaliação acadmica, bem como recomendações de auditorias internas e externas no setor de TI, além de elaborar um plano sistêmico para a área de TI, alinhado aos macro-planos da organização. Neste contexto, as tecnologias de informação e comunicação são vistas como um instrumental e recursos para atingimento dos objetivos estratégicos.
A instituição entende que existem fases para incorporação da TI, começando pela capacitação das pessoas e das equipes, o que vai resultar em uma organização integrada e ampliada e, finalmente incorporação da TI ao negócio.
O PDI regido pelas seguintes premissas:
1- Por estar inserido no contexto educacional, ser regido pelas necessidades e particularidades implícitas a uma escola.
2- Proporcionar valor agregado e uma relação custo/benefício compatível em todos os processos de adoção tecnológica.
3- Ter como parceiros, empresas líderes em cada segmento ou área, visando minimizar os riscos de investimentos e maximizar a confiança e confiabilidade nas soluções e produtos adotados.
4- Manter sempre o foco principal em “portfolio de soluções de TI”, e não em “produtos de TI”. Isto inclui tendências, mercado, pr-venda, aquisição, garantias, manutenção, produtos, peças, compatibilidade etc.
As questões do Ambiente de Educação On-line e EAD se inserem neste contexto. Um grupo multifuncional, formado por professores de diversas reas do conhecimento e profissionais de TI, foi nomeado em 2004 pela Reitoria, com o objetivo de definir uma plataforma oficial para toda a Universidade, devendo ser totalmente integrada ao portal e ao sistema acadêmico. O grupo também tem a incumbência de assessorar a direção da Universidade nos planos de ensino a distância.
A aplicação do método AHP iniciou-se com a construção do modelo (figura 4), ou seja, a definição do problema, dos critérios para a tomada de decisão e dos ambientes de aprendizagem a serem avaliados.
Conforme definido neste trabalho, o problema selecionar a melhor estrutura de TI para EAD em cursos de graduação.
Em reunião convocada para esta finalidade, os tomadores de decisão definiram os critérios que deveriam ser considerados para a escolha da melhor estrutura de TI, conforme demonstrado na tabela 2.
Tabela 2
Critérios para tomada de decisão
- Fácil utilização para o professor |
- Várias possibilidades de interação (chat, enquete, fórum, etc) |
- Múltiplos formatos de avaliação |
- Custo |
- Customização |
- Recuperação dos dados de forma personalizada (quantidade e tipo de informação, tipo de relatório e adequação às plataformas existentes) |
- Código aberto: poder mudar a função do programa |
Também foram definidas as soluções de TI que deveriam ser consideradas para desenvolver os cursos a distância, que são os ambientes de aprendizagem que vêm sendo analisados internamente, aqui denominados ambiente 1, ambiente 2 e ambiente 3. O quadro 2 apresenta uma descrição sucinta destas ferramentas.
Quadro 2
Ferramentas para construção de ambientes de aprendizagem baseados na web
FERRAMENTA |
DESCRIÇÃO
|
Ambiente 1 | Software para produzir cursos baseados na Internet. Trata-se de um projeto desenvolvido para distribuição livre e está disponível em 40 línguas. Possui fonte aberta e pode ser modificado. |
Ambiente 2 | Ele pode ser caracterizado como uma ferramenta que facilita a criação de sofisticados ambientes educacionais baseados em WWW. Pode ser utilizado para criação de cursos totalmente on-line ou para publicação de materiais que complementam os cursos presenciais. Toda interação com o ambiente se dá por meio do browser, incluindo a administração do servidor, criação do curso, acesso do estudante e acesso do professor |
Ambiente 3 | Ambiente para a criação, participação e administração de cursos na Web. Todas as suas ferramentas foram idealizadas, projetadas e depuradas segundo necessidades relatadas por seus usuários. Com isso, ele apresenta características como a facilidade de uso por pessoas não especialistas em computação, a flexibilidade quanto a como usá-lo, e um conjunto enxuto de funcionalidades. |
Fonte: Moodle (2004); Lista de ferramentas de ensino disponíveis no mercado (2004); Quadro comparativo entre ambientes de educação a distância (2004).
A figura 5 representa o modelo estruturado de acordo com as opções dos tomadores de decisão.
Figura 5
Hierarquia do problema
Efetuou-se o julgamento em duas etapas. Primeiramente foram comparados par a par os critérios de tomada de decisão (quadro 3). Em seguida cada um dos ambientes foi comparado em relação ao grau de atendimento aos critérios de decisão (quadro 4). No quadro 3, a coluna prioridade indica a importância de cada um dos critérios na seleção do ambiente de aprendizagem. Pode-se verificar que os três critérios de maior relevância são a facilidade de uso para o professor (40,7%), seguido do código aberto (24,9%) e custo (15,4%). No quadro 4, a coluna prioridade indica como cada uma das ferramentas se sai em relação a cada um dos critérios de decisão. Por exemplo, o ambiente 3 é a ferramenta que apresenta maior facilidade de uso para o professor (73,8%), seguido do ambiente 1 (20,7%) e do ambiente 2 (5,5%).
Quadro 3
Comparação paritária entre os critérios de ava
Quadro 4
Comparações paritárias entre os critérios de decisão
e os ambientes de aprendizagem
O quadro 5 sintetiza o cálculo das prioridades de cada um dos ambientes de aprendizagem em relação aos critérios de decisão.
Quadro 5
Prioridades dos ambientes de aprendizagem em relação aos critérios de decisão
O quadro 6 demonstra o cálculo das prioridades de cada um dos ambientes de EAD em relação ao objetivo final escolher a melhor estrutura de TI e demonstra que o Ambiente 3 é o que melhor atende aos critérios de decisão (52,0%), seguido do Ambiente 1 (39%) e do Ambiente 2 (9,2%).
Quadro 6
Cálculo da melhor ferramenta para criar ambientes
de aprendizagem virtual